Solanaceae

Solanum pabstii L.B.Sm. & Downs

EN

EOO:

124.181,857 Km2

AOO:

132,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie é endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018) e ocorre nos estados de: Paraná, município de Bituruna (Liebsch 994), Campina Grande do Sul (Mocochinski 230), Clevelândia (Hatschbach 22707), Lapa (Ribas 190), Palmas (Hatschbach 15030), Prudentópolis (Stehmann 1695), Rio Negro (Hatschbach 3490), Santa Cecília do Pavão (Ribeiro 202), São Mateus do Sul (Wasum 3913); Rio Grande do Sul, municípios de Cambará do Sul (Pabst 6281), Canela (Lindeman s.n.), Esmeralda (Stehmann 340), Farroupilha (Nilson 1250b), Garibaldi (Camargo 2076), Maquiné (Sobral 7622), Montenegro (Sehnem 3934), São Francisco de Paula (Wasum 270), Vacaria (Arzivenco s.n.); Santa Catarina, municípios de Água Doce (Oliveira 1318), Bom Jardim da Serra (Stehmann 4393), Canoinhas (Gasper 22697), Correia Pinto (Verdi 629), Fraiburgo (Korte 6900), Fraxinal dos Guedes (Smith 12909), Lages (Pereira 6200), Macieira (Stival-Santos 640), Painel (Klein 4567), Ponte Alta (Dreveck 338), Porto União (Gasper 1262), Rio Fortuna (Verdi 3841), Santa Cecília (Pabst 6123), São José do Cerrito (Verdi 491), São Pedro de Alcântara (Dreveck 2306), Urubici (Vendruscolo 611); e São Paulo Alto da Serra (Schwebel). Foi registrada entre 600 e 1200 m de altitude (Mentz e Oliveira, 2004).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Patricia da Rosa
Critério: B2ab(iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvore de até 10 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Conhecida popularmente como canema ou peloteira, foi coletada em Floresta Estacional Decidual e Floresta Ombrófila Mista nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Apresenta AOO=132 km² e população severamente fragmentada. A área original de Floresta Ombrófila Mista no Brasil encontra-se reduzida a não mais que 1% da área original, muito fragmentada e degradada pela histórica exploração madeireira, desmatamento e conversão de áreas florestais para agricultura e pecuária (Medeiros et al., 2005; Vibrans et al., 2013a). Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que juntos resguardavam cerca de 85% da área total da Floresta Ombrófila Mista brasileira, atualmente possuem entre 1% e 5% da cobertura original (Amaral, 2016). As Florestas Estacionais nestes estados também encontram-se em processo franco de redução e fragmentação, particularmente em Santa Catarina (Vibrans et al., 2012), a partir da exploração seletiva e desmatamento para atividades agropecuárias. Apesar da ocorrência em Unidades de Conservação, a espécie foi considerada rara (Caiafa e Martins, 2010), apresentando distribuição esparsa e geograficamente restrita a habitat severamente fragmentado e em declínio contínuo, tanto em qualidade como em extensão. Não foi possível quantificar redução populacional precisamente uma vez que há ausência de dados sobre Tempo de Geração. Assim, foi considerada Em Perigo (EN) neste momento, pela especifidade de habitat florestal, valor de AOO e grau de fragmentação, demandando ações de pesquisa (população) e conservação direcionadas (Plano de Ação, efetivação da proteção das áreas protegidas) que evitem a ampliação de seu risco de extinção.

Último avistamento: 2015
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim
Razão para reavaliação? New information
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada como "Menos preocupante" (LC) na lista vermelha da IUCN (BGCI e IUCN, 2019). O BP-RLA reavaliou a espécie, mediante novas informações disponibilizadas pelos especialistas e novas avaliações referentes à distribuição.

Houve mudança de categoria: Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em: Phytologia 10: 427. 1964.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não se conhece potencial valor econômico para a espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Não existem dados gerais sobre números populacionais para S. pabstii. Foi apontada, entretanto, como uma representante da forma mais restrita do conceito de raridade (Forma 7), sensu Rabinowitz (1981) em São Paulo, apresentando distribuição esparsa e geograficamente restrita a um habitat específico (Caiafa e Martins, 2010).
Referências:
  1. Caiafa, A.N.; Martins, F.R., 2010. Forms of rarity of tree species in the southern Brazilian Atlantic rainforest. Biodivers. Conserv., 19:2597–2618.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: unkown
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila Mista
Fitofisionomia: Floresta Estacional Decidual Montana, Floresta Ombrófila Mista
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest, 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest
Clone: unkown
Rebrotar: unkown
Detalhes: Espécie arbórea com 3 a 10 m e ocorrência em Floresta Estacioanl Decidual e Floresta Ombrófila Mista associada a Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018).
Referências:
  1. Solanum in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB14817>. Acesso em: 14 Jun. 2018

Reprodução:

Detalhes: A espécie foi coletada em flor nos meses de: janeiro (Emerich s.n.), abril (Verdi 2645), julho (Dreveck 2306), setembro (Wasum 3913), outubro (Pereira 6200), novembro (Gasper 918) e dezembro (Stehmann 1695); e em fruto nos meses de: dezembro (Stehmann 1695), janeiro (Gasper 1262), fevereiro (Giacomin 1723), março (Verdi 491), e abril (Verdi 629).
Fenologia: flowering (Jan~Jan), flowering (Apr~Apr), flowering (Jul~Jul), flowering (Sep~Sep), flowering (Oct~Oct), flowering (Nov~Nov), fruiting (Dec~Apr)
Estratégia: unknown
Sistema: unkown

Ameaças (6):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future regional very high
Segundo Vibrans et al. (2013), remanescentes de Floresta Ombrófila Mista encontram-se atualmente fragmentados e degradados, devido à intensa exploração madeireira, principalmente de espécies de grande valor econômico. O desmatamento, aliado à conversão das áreas florestais para outros usos do solo, como agricultura e pecuária, com roçadas periódicas do sub-bosque e regenerantes, têm contribuído com estas alterações estruturais.
Referências:
  1. Vibrans, A.C., Sevegnani, L., Gasper, A.L. de, Lingner, D.V. (Orgs.), 2013. Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, vol. III, Floresta Ombrófila Mista. Edifurb, Blumenau, 440 p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2 Agriculture & aquaculture habitat past,present,future regional high
No Brasil, a área original de Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária) ,era de aproximadamente 200.000 a 250.000 km², ocorrendo com maior intensidade nos Estados do Paraná (40%), Santa Catarina (31%), Rio Grande do Sul (25%), com manchas esparsas no sul de São Paulo (3%), internando-se até o sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro (1%). Esta formação vegetacional, típica da Região Sul do Brasil, abriga componentes arbóreos de elevado valor comercial,como a Araucaria angustifolia (pinheiro) e Ocotea porosa (imbuia), por isso esta floresta foi alvo de intenso processo de exploração predatório. Atualmente os remanescentes florestais não perfazem mais do que 1% da área original, e suas espécies arbóreas estão relacionadas na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. A Floresta Ombrófila Mista teve significativa importância no histórico de ocupação da Região Sul, não somente pela extensão territorial que ocupava, mas principalmente pelo valor econômico que representou durante quase um século. No entanto, a intensidade da exploração madeireira, desmatamentos e queimadas, substituição da vegetação por pastagens, agricultura, reflorestamentos homogêneos com espécies exóticas e a ampliação das zonas urbanas no sul do Brasil, iniciados nos primeiros anos do século XX, provocaram uma dramática redução da área das florestas originais na região (Medeiros et al., 2005).
Referências:
  1. Medeiros, J.D., Savi, M. e Brito, B. F. A., 2005. Seleção de áreas para criação de Unidades de Conservação na Floresta Ombrófila Mista. Biotemas 18: 33-50
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture habitat past,present,future regional very high
No Estado do Rio Grande do Sul, o desmatamento dos bosques naturais, especialmente da Floresta Estacional e da Mata dos Pinheiros (Floresta Ombrófila Mista), é uma das consequências do modelo de desenvolvimento que sempre buscou novas fronteiras agrícolas e novas áreas para cultivo, promovendo o plantio até a borda dos cursos d'água, com perda de vegetação ciliar, e implicando no uso de adubos químicos de alta solubilidade e na aplicação de herbicidas e pesticidas. A consequência imediata da retirada da cobertura vegetal foi a maior fragmentação dos ecossistemas e o aumento do processo erosivo. A longo prazo, tal situação levou a sérios problemas associados, como perda da capacidade produtiva das terras, redução nas colheitas, degradação física, química e biológica dos solos. O domínio da Mata Atlântica ocupava, originalmente, cerca de 13 milhões de hectares (50% da superfície do Estado), tendo atualmente remanescentes de mata e restinga que atingem apenas 600.000 hectares, aproximadamente, 5% da cobertura original.Outra consequência direta do desmatamento abusivo tem sido o desaparecimento gradativo de espécies vegetais de valor econômico e ecológico, das quais se destacam o pinheiro brasileiro, (Araucaria angustifolia), as canelas (Nectandra e Ocotea spp.), os angicos (Parapiptadenia rigida), os cedros (Cedrela fissilis), as grápias (Apuleia leiocarpa), as imbuias (Ocotea porosa) (Medeiros et al., 2005).
Referências:
  1. Medeiros, J.D., Savi, M.; Brito, B. F. A. 2005. Seleção de áreas para criação de Unidades de Conservação na Floresta Ombrófila Mista. Biotemas 18: 33-50.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture habitat past,present regional very high
A área de abrangência da floresta com araucária atingia cerca de 20 milhões de hectares. Devido a sua intensa exploração em poucas décadas chegou a menos de 1 % da cobertura da floresta no estado do Paraná com apenas cerca de 100 mil hectares dos 8 milhões de hectares de Mata Atlântica com Araucária. Nos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul a floresta com araucária chegou entre 3 a 5 % (Amaral, 2016).
Referências:
  1. Amaral, M.M., 2016. Contução de insiudcadores de sustentabilidade da Araucaria (Araucaria angustifolia). Caderno nº 48, RBMA - Reserva da Biosfera Mata Atlântica. UNESCO.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2 Agriculture & aquaculture habitat past,present,future regional high
O Estado de São Paulo originalmente possuía aproximadamente 81,8% (20.450.000 ha) de seu território coberto por Mata Atlântica. Hoje, o bioma no Estado representa cerca de 18% do remanescente no Brasil, concentrando-se ao longo do litoral e encostas da Serra do Mar, significando cerca de 8,3% da área do Estado e 83,6% da vegetação nativa ainda existente no Estado. Mesmo em áreas protegidas ocorrem ameaças como invasões de populações marginalizadas (favelização de manguezais e encostas), especulação imobiliária, mineração, extrativismo vegetal clandestino ameaças permanentes à conservação dos remanescentes da Mata Atlântica no Estado de São Paulo (Costa, 1997).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2 Agriculture & aquaculture
Fatores de perturbação externos aos remanescentes de Floresta Estacional Decidual em Santa Catarina, tais como as plantações florestais do gênero Pinus sp. têm modificado as condições e os recursos na borda e no interior dos fragmentos florestais. A floresta sofre forte influência de fatores de degradação, como a exploração seletiva histórica ou atual, presença de estradas no local, corte raso em parte desta, roçada do sub-bosque (bosqueamento) e pastejo (Vibrans et al., 2013).
Referências:
  1. Vibrans, A.C., Sevegnani, L., Gasper, A.L. de, Lingner, D.V. (Orgs.), 2012. Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, vol. II, Floresta Estacional Decidual. Edifurb, Blumenau, 336 p.

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
A espécie foi coletada no Parque Nacional Aparados da Serra (Pabst 6281) e na Estação Ecológica de Aracuri (Stehmann 340).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie foi avaliada como "Menos preocupante" (LC) na lista vermelha da IUCN (BGCI e IUCN, 2019).
Referências:
  1. Botanic Gardens Conservation International (BGCI), IUCN SSC Global Tree Specialist Group 2019. Solanum pabstii. The IUCN Red List of Threatened Species 2019: e.T146118022A146118024. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2019-2.RLTS.T146118022A146118024.en (Acesso em 17 de setembro de 2019).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não se conhecem usos efetivos ou potencias para S. pabstii.